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Diabetes e a inflamação
Muito mais que diabético, é também inflamado. Cuidado redobrado
Os diabéticos estão sujeitos a altos índices de mortalidades e co-morbidades, não somente devido ao aparecimento de lesões crônicas, mas também devido ao fato de serem mais susceptíveis a infecções. Existe forte correlação entre susceptibilidade a infecções e controle glicêmico, portanto a falta de controle glicêmico com presença da cetoacidose está intimamente associada com a baixa resistência a infecções devidas em parte à deficiência nas funções de leucócitos (SUDHIR).
A inflamação crônica contribui no desenvolvimento de doenças crônicas do diabetes tipo II e é também considerada a chave para o desenvolvimento da resistência a insulina por aumentar os níveis de TNF-α, conhecido como uma citocina pró-inflamatória que inibi parcialmente a ação da insulina.
Estudos demosntram que os diabéticos apresentam altas concentrações plasmáticas de citocinas pró-inflamatorias (GIUGLIANO et al, 1996) e da proteína de fase aguda Amilóide Sérica. Estas citocinas/proteínas podem ser produzidas pelo tecido adiposo (COPPACK, 2001) e em parte podem ser originadas de leucócitos e também por células T.Citocinas produzidas em excesso pode causar morte celular. O aumento na produção de citocinas nos diabéticos é responsável pela inapropriada ativação do estado inflamatório e pode contribuir para aumentar a suscetibilidade de microrganismos invasivos (HATANAKA, et al, 2006).
Segundo Hatanaka et al (2007), neutrófilos e monócitos de pacientes diabéticos tem alterada produção de citocinas pró-inflamatória: IL-8, TNF-α e IL-1β podendo essas afetar o processo inflamatório. As funções de neutrófilos também são alteradas em diabéticos (MARHOFFER et al, 1994). Resultando em uma série de alterações como, por exemplo, dificuldade no processo de cicatrização de feridas (BRUNNER; BLAKUTNY, 2004), o que os tornam mais susceptível ao desenvolvimento de úlceras, podendo resultar em amputação do membro ( HARDING, 2003).
A hiperglicemia induz o estresse oxidativo e dano tecidual, particularmente nas paredes vasculares (GIUGLIANO et al, 1996). Diabéticos apresentam aumento de citocinas pró-inflamatória na circulação e consequentemente, ativa a fagocitose com capacidade de ingerir microorganismos. Esse processo pode ser desencadeado no diabético mesmo sem a presença de infecção. Essa anormal produção de citocinas, juntamente com o estresse oxidativo, tem mostrado ser o principal responsável por lesar vasos sanguíneos e artérias causando as diferentes complicações crônicas conhecidas no diabetes (NAVARRO; GUSTAVSSON et al, 2008).
Exercício Físico e Diabetes Mellitus
O exercício físico é benéfico para os diabéticos, pois provoca alterações funcionais no sistema imunológico, melhorando ou reduzindo a função imune dependendo da freqüência, duração e intensidade na qual é realizado (MEYER et al, 2001).
Estudos vêm demonstrando que o exercício físico moderado (<60% do VO2 máximo) está relacionado ao aumento da resposta dos mecanismos de defesa orgânica, enquanto que o exercício físico mais intenso e prolongado (>65% do VO2 máximo) a diminui, assim como o sistema de reparo (CANNON et al, 1993; NIEMAN et al, 1990).
O exercício físico reduz os riscos de doenças coronárias por melhorar marcadores inflamatórios. Petersen e Pedersen (2005), em sua revisão de literatura mostram que o exercício pode ajudar a mobilizar células do sistema imune, aumentando os níveis circulatórios de citocinas anti-inflamatórias com capacidade inibitórias de citocinas pró-iflamatórias.
A contração da fibra muscular produz e libera IL-6, induz assim um efeito positivos do metabolismo. Entre esses o aumento da circulação de lipídios, estimulando a lipólise bem como a oxidação de gordura, também está envolvido na homeostase da glicose durante o exercício. Essa citocina tem forte efeito pró e anti-inflamatório, seguindo a liberação da IL-6 temos a IL-1, IL-10 e sTNF-R que inibi a ação de TNF-α, responsável por promover resistência á insulina (FISCHER, 2006; PEDERSEN, 2005).
No entanto, a IL-6 é a primeira citocina presente na circulação durante o exercício que precede o aparecimento de outras citocinas anti-inflamatórias responsáveis por inibir citocinas pró-inflamatórias, exercendo efeito inclusive em outros órgãos do corpo. Essas miocinas produzidas pelo músculo esquelético estão intimamente envolvidas na promoção da saúde ao nosso organismo e por esse motivo o exercício físico apresenta importante papel sobre a proteção contra doenças associada a um estado inflamatório anormal assim como doenças cardivasculares, diabetes tipo II, câncer entre outras síndromes metabólicas (FISCHER, 2006; PETERSEN; PEDERSEN, 2007). Em particular, o efeito do exercício físico em longo prazo pode ser explicado em parte pelo efeito anti-inflamatório do exercício agudo, sendo mediado pela produção de IL-6 derivada do músculo esquelético.
Até então o exercício físico regular era recomendado para pacientes diabéticos em razão dos efeitos benéficos sobre o controle metabólico, sendo eficiente no controle glicêmico de diabéticos, melhorando a sensibilidade à insulina (CASTANEDA et al, 2002) e contribuindo para a redução de complicações decorrentes do diabetes. Adicionalmente combate o diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares (OZKAYA et al, 2007).
Quando praticado com regularidade o exercício aeróbico inibe a produção de citocinas pró-inflamatórias, assim como o TNF-α e aumenta a produção de citocinas anti-inflamatórias proporcionando efeitos benéficos a saúde e previne micro e macro lesão vascular no diabético (PEDERSEN, 2007).
Referências bibliográficas
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